PARA MORRER É NECESSÁRIO SER ALGUÉM
A IPSEIDADE MÍNIMA DE MEURSAULT DIANTE DO DESAFIO ROMANESCO
Palavras-chave:
Camus, Girard, Kundera, O estrangeiroResumo
Trata-se de uma breve investigação sobre o caráter da experiência de Meursault, protagonista do romance O estrangeiro, de Albert Camus, no final da narrativa. Parto da alegação feita por René Girard, em Mentira romântica e verdade romanesca de que Meursault é um
exemplar do tipo literário da mentira romântica em conjunto com a distinção que Milan Kundera faz entre romancistas e escritores na qual Camus é um escritor mas não um romancista. Por meio da comparação entre tais posições e as do filósofo Robert Solomon sobre a fecundidade existencial da conclusão do romance de Camus pretendo mostrar que a conclusão de O estrangeiro se constitui como um momento plenamente romanesco e pleno de fecundidade no que concerne a oferecer elementos para a reflexão existencial.