ANÁLISE DE DISLIPIDEMIA EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA SOB TRATAMENTO POR HEMODIÁLISE PELO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

ESTUDO LONGITUDINAL

Autores

  • VITÓRIA CALVO
  • ANDRÉA MENDES FIGUEIREDO

Palavras-chave:

Perfil lipídico, Insuficiência Renal Crônica, Doença Cardiovascular

Resumo

Introdução: A atual transição demográfica e epidemiológica no Brasil, refletida no envelhecimento populacional, apresenta maior prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como as doenças cardiovasculares (DC), neoplasias, distúrbios metabólicos, doenças respiratórias crônicas e insuficiência renal crônica. Essas podem ser decorrentes de fatores risco modificáveis como dislipidemia, hipertensão arterial, diabetes, tabagismo, anemia, sedentarismo, estresse, obesidade e alcoolismo. A insuficiência renal no estágio crônico ocorre devido à perda lenta, progressiva e irreversível da função renal e tem as doenças cardiovasculares como principal causa de morbimortalidade ocasionada por ateromas decorrentes de dislipidemias. Objetivos: Embasados na dislipidemia como fator de risco modificável para as doenças cardiovasculares e na suscetibilidade do desenvolvimento da mesma por pacientes renais crônicos, o objetivo deste estudo foi analisar se o tratamento por hemodiálise com acompanhamento médico é eficiente para minimizar ou evitar a dislipidemia nesses pacientes. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo longitudinal realizado por meio da análise de dados laboratoriais dos exames relacionados ao perfil lipídico: Colesterol Total, HDL, LDL e Triglicérides de novembro de 2018 a junho de 2019. Resultados Foram acompanhados e analisados 20 pacientes, sendo 50% idosos com idade entre 60 e 69 anos e com doença de base prévia como hipertensão arterial (45%), hipertensão associada à diabetes (25,0%) e diabetes isolada (10,0%). Para análise da presença de dislipidemia, os exames laboratoriais que mais apresentaram alterações foram o HDL com resultado abaixo do desejado (<40,0mg/dl) e o triglicérides com resultados considerados acima da normalidade (> 150,0 mg/dl ) com risco para DC. Do total de pacientes, apenas 1 (5,0%) do sexo feminino apresentou todos os resultados do perfil lipídico alterados durante todo o estudo mesmo fazendo uso do medicamento estatina, enquanto a maioria (95%) dos pacientes obteve resultados desejáveis. Ao analisar conjuntamente todos os resultados do perfil lipídico, observou-se que apenas um paciente do sexo masculino apresentou alteração em todo período de estudo com Triglicerídeos e HDL indesejáveis. No sexo feminino, destaca-se a paciente número 14 que apresentou alterações em todos os exames durante todo o período de análise, com Colesterol Total, Triglicerídeos e LDL-colesterol com valores indesejáveis acima da normalidade e HDL-colesterol indesejável com valor abaixo do desejável. O exame que mais apresentou alteração com resultados indesejáveis foi o de Triglicerídeos em 11 (55,0%) pacientes, principalmente no sexo feminino, com subsequente LDL acima da normalidade e HDL reduzidos, sendo considerado importante fator de risco cardiovascular pela formação de ateromas.  Conclusão: Para os pacientes com IRC, é de extrema importância o acompanhamento médico e o tratamento por hemodiálise realizado em sua maioria pelo SUS no Brasil, demonstrado neste estudo como método eficaz para controle e prevenção das dislipidemias minimizando o risco para as doenças cardiovasculares na população vulnerável.  

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Publicado

25-03-2021

Edição

Seção

Artigos Originais